sábado, 22 de setembro de 2012

PROJETANDO CIDADES PARA AS PESSOAS



22 de Setembro: Dia Mundial Sem  Carro

PROJETANDO CIDADES PARA AS PESSOAS

(Extraído do livro “Plano B 4.0 de Lester Brown)

Em 2000, eram 2,8 bilhões, um aumento de 19 vezes. Desde 2008, mais da metade da população da Terra vive em cidades – os humanos se tornam, pela primeira vez, uma “espécie urbana”. Em 1900, o número de cidades com um milhão de pessoas podia ser contado nos dedos de uma mão. Hoje, 431 cidades têm no mínimo essa quantidade de habitantes. E há 19 megacidades com 10milhões ou mais de residentes.

A região da Grande Tóquio, com 36 milhões, possui mais pessoas que o Canadá inteiro. A população da área metropolitana de Nova York, de 19 milhões, é quase igual à da Austrália. Cidade do México, Mumbai (anteriormente Bombaim), São Paulo, Nova Déli, Xangai, Calcutá e Dhaka (subdivisão administrativa de Bangladesh), seguem bem próximas.

As cidades mundiais estão enfrentando problemas sem precedentes. Na Cidade do México, Calcutá, Bancoc, Xangai e em centenas de outras cidades, o ar já deixou de ser saudável para respirar. Em alguns lugares, ele é tão poluído que respirar é o mesmo que fumar dois maços de cigarro por dia. O número de doenças respiratórias avança de modo espantoso. Em diversas regiões, o número de horas que as pessoas gastam nas ruas e estradas  congestionadas sobe todos os anos, elevando os níveis de frustração.

Em resposta a essas condições, observa-se a emergência de um novo urbanismo, uma filosofia de planejamento que, como afirma a ambientalista Francesca Lyman, “procura reviver o modo tradicional de planejar as cidades, de uma era em que elas eram projetadas em torno de pessoas em vez de automóveis”.

Uma das transformações mais marcantes aconteceu em Bogotá, na Colômbia, durante os três anos em que Enrique Peñalosa foi prefeito. Quando ele assumiu em 1998, não perguntou como a vida poderia melhorar para os 30% que possuíam carros. Ele queria saber, na verdade, o que poderia ser feito pelos 70% – a maioria – que não tinham automóveis.

Penãlosa percebeu que seria bom para todos ter uma cidade com ambiente agradável para crianças e idosos. Em poucos anos, ele transformou a qualidade de vida urbana com sua visão de cidade projetada para pessoas. Sob sua liderança, a capital proibiu estacionar carros nas calçadas, criou e renovou 1.200 parques, desenvolveu um sistema de ônibus de trânsito rápido (BRT) altamente bem sucedido, construiu centenas de quilômetros de ciclovias e caminhos para pedestres, reduziu o trânsito da hora do rush em 40%, plantou 100 mil árvores e envolveu os cidadãos diretamente na melhoria de seus bairros.

Desta forma, criou o senso de orgulho cívico para os 8 milhões de habitantes, ao tornar as ruas de Bogotá, situada em um país tão conflituoso, mais seguras que as de Washington DC.

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Medição do desenvolvimento pela dimensão econômica não é mais suficiente


Medição do desenvolvimento pela dimensão econômica não é mais suficiente

Conforme divulgado pelo site do G1 em 17 de junho último, existem dois tipos de países no mundo, segundo Ashok Khosla, um dos responsáveis pelo Painel Internacional de Recursos do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA): de um lado os Estados Unidos e todos os que querem copiá-los; do outro o Butão, um país escondido nas montanhas do Himalaia, entre a Índia e a China, com cerca de 700 mil habitantes.

O especialista indiano, um dos mais respeitados do mundo sobre meio ambiente e desenvolvimento sustentável, esteve no Brasil em junho para o Fórum de Ciência, Tecnologia e Inovação para o Desenvolvimento Sustentável na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC - Rio), às vésperas da Rio+20.

“O Butão decidiu que fazer dinheiro não é a única coisa na vida”, definiu Khosla. O país tem políticas nacionais para aumentar a felicidade da população e desenvolveu uma forma de medir essa felicidade. O tempo disponível para brincadeiras ou para a meditação – o país tem maioria budista – está entre os fatores levados em consideração.

O resultado é um indicador conhecido como Felicidade Nacional Bruta. O nome é uma comparação com o Produto Interno Bruto, a soma dos bens e serviços produzidos por um país, conceito que geralmente é usado para avaliar a economia de cada nação.
“O PIB é o indicador mais estúpido. A Felicidade Nacional Bruta é dez vezes mais sensata”, comparou Khosla.

O pesquisador usou o exemplo do Butão para falar sobre a situação dos países em desenvolvimento em geral. “O Brasil e a Índia também podem fazer isso se disserem: “nossas vidas não estão à disposição”. Temos uma cultura de séculos – ou milênios, no caso da Índia – e não queremos destruir nossa própria cultura. Basicamente, fomos completamente seduzidos pelo modo de vida americano”, lamentou.

Khosla considera que “Os Estados Unidos são um exemplo do que não fazer, porque isso é totalmente insustentável”. Segundo o pesquisador, “É só depois que você já tem dinheiro que dá mais valor à qualidade de vida do que a um carro novo”, afirmou o pesquisador, comparando a situação econômica dos países à vida pessoal, demonstrando ser possível queimar etapas nesse processo.

Para o indiano, a economia verde só poderá prevalecer se a sociedade se mobilizar o suficiente para pressionar os políticos. “As pessoas da economia ‘marrom’ são muito poderosas. São eles que financiam governos, que conseguem votos, que gerenciam os partidos políticos, então não é fácil ignorá-los”, apontou.

Uma boa notícia: ONU cria novo índice para medir o desenvolvimento
Um novo indicador lançado em junho último pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) coloca o Brasil como a nação com o quinto maior crescimento sustentável anual per capita do mundo, à frente de potências como: Estados Unidos e Canadá.

O indicador aplica informações referentes ao capital humano, natural e manufaturado de 20 países para mostrar um panorama mais amplo que o PIB (Produto Interno Bruto), que tem apenas um viés econômico. Os primeiros lugares no novo índice ficaram, na ordem, com China, Alemanha, França e Chile.

Chamado de Índice de Riqueza Inclusiva (IRI), o objetivo do indicador é incentivar a sustentabilidade dos governos e complementar o cálculo do PIB -- ou mesmo substituir os atuais medidores da economia.

Desenvolvido por especialistas da Universidade das Nações Unidas, a ferramenta reúne informações referentes à educação e expectativa de vida, os recursos florestais, além da produção industrial. Na prática, um país com IRI alto representa que ele é mais sustentável.

No relatório, que analisou o período entre 1990 e 2008, a China aparece como o país mais sustentável do mundo, com um índice de 2,1. A Alemanha vem em seguida, com 1,8 e o Brasil obteve o IRI de 0,9 no período, o quinto no ranking da ONU, se igualando a Japão e Reino Unido.

Nos 19 anos medidos, o PIB brasileiro cresceu 34%, o capital humano aumentou 48% e o capital manufaturado, 8%. Já o capital natural seguiu na contramão, caindo 25%. A justificativa do relatório é que a queda foi causada pelo avanço no desmatamento das florestas e ao aumento das atividades agropecuárias.

No período analisado, por exemplo, a Amazônia perdeu 331.290 km² de cobertura vegetal devido ao desmatamento ilegal – uma área equivalente a mais de sete vezes o tamanho do estado do Rio de Janeiro.

De acordo com Pablo Munhoz, diretor cientifico do relatório, a proposta é uma recomendação do programa ambiental da ONU aos países que participaram da Rio+20 e está relacionada “ao bem-estar (...) e nos dá ideia em relação ao crescimento a longo prazo”, disse.

“É importante medir os ativos, mas também é importante ver sua modificação ao longo do tempo”, explica.

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Cidades Sustentáveis

Cidades sustentáveis é muito mais que um título bacana e moderno, é um conjunto de ações pessoais e de abrangência coletiva, onde o principal fator de compreensão é que "eu" sou o responsável pelas mudanças, e não o outro, e que juntos somos mais que separados. Seja pelo entendimento expontâneo ou forçado em razão do caos que as cidades brasileiras vivem, mudar é preciso, necessário e obrigatório. O texto a seguir, retirado do site globo.com, traz interessantes abordagens a respeito deste tema. Abçs, Fernando Baumann.


Programa “Cidades Sustentáveis” busca sensibilizar eleitores em 2012

(Site globo.com – acesso em 05/08/12)

Aproveitando as eleições municipais de 2012, o Programa Cidades Sustentáveis busca sensibilizar os eleitores a usarem como critério de voto a sustentabilidade. A ação, promovida pela Rede Nossa São Paulo, em parceria com o Instituto Ethos e a Rede Social Brasileira por Cidades Justas e Sustentáveis, é feita por meio de campanhas para a adoção da Plataforma Cidades Sustentáveis e da Carta Compromisso pelos candidatos, bem como pela divulgação voluntária do programa por diversos veículos e usuários de mídias digitais.
A Carta Compromisso tem o objetivo de mostrar, por meio de um selo de participação do Programa Cidades Sustentáveis, quais são os pré-candidatos a cargos municipais – vereadores e prefeitos – em todo o Brasil que estão engajados com a questão do desenvolvimento sustentável. Uma vez eleitos, eles deverão estar dispostos a incorporar medidas sustentáveis às políticas públicas da cidade e promover a participação social. Os eleitos devem também prestar contas das ações desenvolvidas, bem como dos avanços alcançados por meio de relatórios.
Já a Plataforma Cidades Sustentáveis, outra ferramenta de atuação do programa, é uma agenda para a sustentabilidade das cidades e abrange diferentes áreas da gestão publica. A plataforma apresenta casos de boas práticas e soluções inovadoras que tiveram resultados positivos em diferentes cidades do mundo, divididas em 12 eixos temáticos: Melhor Mobilidade, Menos Tráfego; Consumo Responsável e Opções de Estilo de Vida; Economia Local, Dinâmica e Sustentável; Educação Para a Sustentabilidade; Cultura e Sustentabilidade; Planejamento e Desenho Urbano; Gestão Local para a Sustentabilidade; Equidade, Justiça Social e Cultura de Paz; Bens Naturais Comuns; Governança; Do Local para o Global; e Ação Local para a Saúde. A plataforma também incorpora de maneira integrada as dimensões social, ambiental, econômica, política e cultural.
A elaboração do banco de dados da plataforma, bem como os indicadores de sustentabilidade urbana, começou em 2009. A Rede Nossa São Paulo realizou uma extensa pesquisa da qual foram coletadas informações de práticas que já produziram resultados concretos e positivos.
Um exemplo de boas práticas é o Programa Ambientes Verdes e Saudáveis (PAVS), incluído no eixo “Ação Local para a Saúde” e realizado na cidade de São Paulo. Com início em fevereiro de 2007, o programa faz parte da Estratégia Saúde da Família (ESF), com o objetivo de construir uma agenda de ações integradas com enfoque no desenvolvimento de políticas de saúde ambiental.